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14 de abr. de 2013

Reflexão



15/09/2011
Reflexão

Uma geração passa e a outra lhe sucede. Mas a Terra permanece sempre firme. O sol nasce e se põe. E volta a renascer no mesmo lugar. Todos os rios correm para o mar, e este, nem por isso transborda.

Todas as coisas têm seu tempo e a sua oportunidade e o homem fica aflito porque ignora as coisas passadas e por nenhum mensageiro lhe dar a conhecer as coisas futuras.

Todas as coisas são difíceis. O que é que houve? Aquilo que sempre aconteceu. O que é que se fez? Aquilo que sempre foi feito. Não há nada que seja novo debaixo do sol e ninguém pode dizer: “Eis aqui uma coisa nova”. Porque ela já existiu nos séculos que passaram antes de nós e não há lembrança daquilo que já foi, assim como os que nos sucederão não se lembrarão daquilo que nos aconteceu

É melhor bom nome que bálsamos preciosos.
É melhor o dia da morte que o do nascimento.
Melhor é ir para uma casa onde há aflição do que a uma onde há banquete. Porque naquela alguém se vê advertido do fim de todos os homens e passa a refletir no que vai lhe acontecer.
Melhor é a ira que o riso: porque pela tristeza que aparece na face se corrige o ânimo do delinqüente.
No coração do sábio vive a tristeza e no coração dos insensatos, a alegria. Melhor ser advertido por um sábio que ser enganado pela adulação dos insensatos.

Eu vi tudo o que se passa embaixo do sol e eis que achei que tudo era vaidade e aflição. Os perversos dificilmente se corrigem e o número de tolos é infinito.

Eu vi, embaixo do sol, a impiedade no lugar do juízo e a iniqüidade no lugar da justiça. Porém a morte é a mesma para os justos e os ímpios. Todos respiram da mesma sorte e todos caminham para o mesmo lugar: da terra foram feitos e à terra retornarão.

Não há ninguém que viva para sempre, nem que tenha esperança disto. Mais vale um cão vivo que um leão morto. Porque os que estão vivos sabem que vão morrer; porém os mortos não sabem mais nada, nem dali por diante terão nenhuma recompensa. Porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Toda a sua nobreza e maldade pereceram com os mesmos. Eles não mais fazem parte de tudo que se passa debaixo do sol.

Vi que, debaixo do sol, não estão determinados prêmios para os que melhor correm, nem a guerra para os que são mais fortes, nem o pão para os que são mais sábios, nem as riquezas para os que são mais doutos, nem a boa aceitação para os que são mais hábeis artífices. Mas, que tudo que ocorre é feito por encontros e por casualidade.

Mas também vi que os justos perecem logo em sua justiça e o ímpio vive muito tempo em sua malícia. Portanto não sejas muito justo, nem sejas mais sábio que o necessário para que não venhas a te tornar estúpido. Não permaneças em ações criminosas e não sejas insensato para que não venhas a morrer em um tempo que não é o teu.

Eu vi os ímpios serem sepultados; eles que, quando viviam, estavam em lugar santo e eram louvados na cidade como se suas obras tivessem sido justas. Isso porque ao não se proferir logo sentença contra os maus, tem como conseqüência que os filhos dos homens cometam crimes sem qualquer temor. Assim, mesmo que o ímpio cometa cem vezes o mal, sempre será tolerado com paciência.

Então, embaixo do sol, existem os justos que são acometidos de males como se tivessem feito obras de ímpios; e existem ímpios que vivem tão seguramente, como se tivessem feito obras de justos.

Portanto, louvei a alegria, visto não ter o homem, embaixo do sol, outro bem a não ser comer, beber e folgar. E vim a entender que o homem não pode achar razão alguma de todas as obras de deus embaixo do sol. Portanto, quanto mais trabalhar para descobri-la, menos achará.

Vai, pois, e come teu pão com alegria e bebe com gosto teu vinho. Os teus vestidos sejam, em todo o tempo, brancos e não falte óleo que unte tua cabeça. Goza a vida com a mulher que amas, por todos os dias de tua vida efêmera. Obra com presteza tudo o que pode fazer tua mão, pois na sepultura, para onde te apressas, não haverá obra, razão, sabedoria, nem ciência.

Extraído do Eclesiastes, cap. 1 a 12
“Bíblia Sagrada” –Pe. Figueredo, AP – Vol VI – Ed. das Américas, 1950
Compilado por L Valentin – 15/09/2011