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26 de nov. de 2015

Superbactéria

Super-bactéria resistente a TODOS os antibióticos

 é encontrada na China

 Natural Society
24/11/2015
Trad: L Valentin

http://naturalsociety.com/superbug-resistant-to-all-antibiotics-found-in-china/

O dia que médicos, cientistas e especialistas em saúde há muito temiam e continuamente tinham avisado, pode ter chegado, com a descoberta na China que uma mutação em pessoas e animais pode tornar bactérias resistentes a todos os antibióticos - incluindo as drogas  chamadas  de "último recurso".


Um gene conhecido como MCR-1 está se tornando cada vez mais comum em bactérias encontradas na China. A mutação permite que bactérias possam resistir a um grupo de potentes antibióticos conhecidos como polymyxinas, especificamente a uma droga chamada colistina.  A Colistina é considerada a última linha absoluta de defesa contra bactérias quando todos os outros antibióticos falharam, mas nem mesmo ela pode nocautear o patógeno recém-descoberto. Estes genes MCR-1 são basicamente invencíveis e eles poderiam, teoricamente, acabar afetando todos os patógenos infecciosos. O Times relata:
"Um novo relatório encontrou bactérias resistentes à colistina - um medicamento usado quando todos os outros tratamentos falham - em 16 pacientes, 15% das amostras de carne crua e em um quinto dos animais testados. A mutação que fez as bactérias resistentes à droga é chamado gene MCR-1,  que espalha a resistência entre as várias bactérias, incluindo E. coli. "
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou em 2012 que a colistina era vital para a saúde humana. Apesar da advertência da OMS, os agricultores ao redor do mundo continuaram a dar o antibiótico em grandes quantidades para seus animais  para engordá-los sem doenças. O uso de colistina, a polymyxina mais amplamente utilizada, é especialmente difundido na China, onde os agricultores tratam com ela porcos e galinhas.

Especialistas dizem que, talvez em breve, o mundo estará lutando para lidar com a propagação de superbactérias incontroláveis. O MCR-1 parece deslocar-se facilmente entre as estirpes de E. coli e outras bactérias comuns, incluindo Pseudomonas e Klebsiella, que causam muitas infecções sanguíneas, urinárias e intestinais. Pesquisadores chineses publicaram na revista Lancet Infectious Diseases que esses germes provavelmente vão colocar as pessoas em perigo mortal. Baseado em seus tenebrosos achados, a equipe prevê um retorno à Idade das Trevas. 


"Essas descobertas são extremamente preocupantes," disse o professor e co-autor do estudo Liu Jian-Hua, do sul da Universidade Agrícola da China, em um comunicado de imprensa.
Liu e seus colegas advertem que, embora possa parecer inteligente limitar o uso de colistina, no estágio atual, é tarde demais. As bactérias parecem ficar com o plasmídeo mesmo quando o antibiótico não está sendo usado, o que sugere que o problema está aqui para ficar.

Nos EUA, não se tem fornecido colistina em massa para o gado, mas estima-se que 70% dos antibióticos considerados de vital importância para a saúde humana são usados em animais de fazenda e provavelmente um dia  precisaremos de drogas como a colistina para lutar com bactérias que antes eram facilmente eliminadas.

A resistência aos antibióticos mata cerca de 700.000 pessoas no mundo a cada ano. Espera-se que esse número deverá subir para 10 milhões até 2050.
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Links:
http://time.com/4120064/mutation-bacteria-drug-resistant/

https://www.newscientist.com/article/dn28513-bacteria-now-resistant-even-to-last-resort-antibiotics/

https://www.rt.com/news/322702-antibiotic-resistant-gene-deadly/

https://www.washingtonpost.com/news/speaking-of-science/wp/2015/11/19/a-superbug-emerges-in-china-to-remind-us-that-antibiotics-wont-last-forever/

17 de out. de 2015

A Piscina

A Piscina

L. Valentin


O sonho de Fagundes, desde sua juventude, era ter uma casa com piscina. Mas, uma piscina de verdade, não um “pocinho”.  No mínimo 10  por 5 metros e  na parte funda no mínimo 2,2 metros, para se poder dar uns bons mergulhos de “ponta”.

Aposentado muito bem e com um bom pecúlio, imóveis alugados e rendimentos de previdência privada, Fagundes compra um terreno em um condomínio de classe media alta. Agora pode ver seu sonho realizado.  Manda construir a casa com o projeto de uma enorme piscina bem na frente da varanda.  Enquanto a construção se realiza, em passos lentos, a vizinhança de Fagundes cresce, pois os terrenos de sua rua foram adquiridos por  uma incorporadora que está construído várias casas a toque de caixa. 
Enquanto a obra de Fagundes  já está durando um ano faltando ainda uma parte para terminar, as casas da rua já ficaram prontas e estão sendo ocupadas por seus felizes compradores.
Quando enfim Fagundes pode se mudar para seu novo pedaço, toda a sua rua já está habitada e ele é o último morador  a  nela se instalar.  Fagundes está felicíssimo.  Custou, mas agora tem uma mini mansão com ótimo padrão de construção e, o principal, com a bela pisciana enfeitando seu jardim.

Sua felicidade ficou completa quando notou, no dia da mudança, a solidariedade dos vizinhos que ajudaram em tudo o que podiam.  E a cortesia continuou no outro dia, quando os dois vizinhos - o da esquerda e o da direita - logo de manhã  tocaram o interfone se oferecendo para ajudarem a arrumar tudo em seus lugares. E suas esposas chegaram solícitas dizendo que iam oferecer o almoço. Um paraíso.
Passam-se duas semanas. A casa de Fagundes já está em funcionamento pleno e seus vizinhos já deram provas que são verdadeiros amigos. Então,  para mostrar sua gratidão, nada como convidá-los para um bom banho de piscina.
Chega o sábado perfeito. Calorão de 38 graus. A água da piscina brilhando de tão limpa. Fagundes acordou cedo  aspirou a piscina, lavou as bordas e as espreguiçadeiras, colocou gelo no isopor e várias latinhas de cerveja e refrigerante e lá pelas 8 horas, ligou para os vizinhos, que, como num passe de mágica, apareceram quase que instantaneamente. Vieram o Portela, sua mulher Laura e suas duas crianças de 8 e 9 anos. Também apareceram o Simões, sua mulher Luisa e a filha de 15 anos.  Fagundes manda trazer uns petiscos e a festa ficou completa.

Foi um a ótima a manhã, não faltou cerveja super gelada nem refrigerantes e os  novos amigos se confraternizando.  Adélia, mulher de Fagundes, já sabendo o que ia acontecer, mandou a empregada fazer o almoço para todos, que não se fizeram de rogados e atacaram a comida lá pelas 2 horas da tarde.  Quando o dia estava acabando, o sol já tinha se escondido, a turma resolveu ir embora. Fagundes, que no início da manhã estava fervendo de animação, agora leva o último convidado para o portão com um alívio, quase que sobrenatural.
Vai então para o vestiário da piscina, apaga as luzes, dá descarga no vaso, fecha as portas, dá a volta na casa e entra na cozinha.
Adélia está arrumando uma pilha de pratos sujos na pia e ao notá-lo se vira e o encara.
- Que foi? - pergunta Fagundes com a voz cansada e arrastada.
- Primeira e última - diz Adélia apontando para a bagunça na pia - A Sofia (a empregada) vai ganhar uma porrada de horas extras para limpar essa bagunça. Fagundes balançou  cabeça e saiu da cozinha.
No domingo, Fagundes ficou quieto em seu canto e curtiu sozinho sua piscina. Na hora do almoço comentou com Adélia:
- Viu? Ninguém apareceu para encher o saco por causa da piscina. O que aconteceu ontem foi algo esporádico e nós estamos no controle.
- Vai pensando assim, bobalhão - falou Adélia - A Sofia reclamou demais e tive que levar ela a casa às 21:30h. Você pode esperar que minha intuição não falha. Essa piscina só vai dar dor de cabeça. E isso foi só o começo.
- Que nada - disse Fagundes - Você é do contra. Só isso.
Na segunda feira, Fagundes  acorda cedo e fica curtindo a piscina até as 10 horas. Depois do almoço vai resolver alguns assuntos na cidade e chega à casa já escurecendo.
- Com esse calor, vou dar um mergulho, mesmo já sendo noite - falou ele para Adélia
- É - disse ela com a cara amarrada - Vai se acostumando a mergulhar a noite. Porque, se a coisa continuar assim, de dia não vai dá prá você entrar nessa piscina.
- Uéééé - se espantou Fagundes - Não sei porquê.
- Simples - disse Adélia - Lá pelas três horas a filha do Simões ligou perguntado se podia dar um mergulho. Sem saber o que fazer, eu disse que podia. Ela chegou e quando trocou de roupa estava com um biquíni invisível. A parte de cima transparente e a de baixo, um verdadeiro fio.
- Deixa disso Adélia - Fagundes estava sorrindo - A menina só tem 15 anos. Isso é implicância sua.
- Ah - Adélia estava furiosa - Implicância? Menina? E você ri? Deixa comigo que agora eu vou rodar a baiana.
Fagundes balançou a cabeça, fez um gim tônica, colocou bastante gelo e foi para a piscina.
Na quinta feira Fagundes acordou tarde e foi para a piscina lá pelas 9 horas. Mal tinha dado umas braçadas, quando toca o interfone. Sofia vai atender e volta direto para ele.
- Seu Fagundes - disse ela - É a empregada do seu Portela. Ela disse que D. Laura mandou perguntar se pode mandar as crianças para dar um mergulho, porque hoje não teve aula.


Fagundes pensou um pouco e falou.
- Pode sim. Mas antes avise a Adélia.
Resultado: as crianças ficaram, lancharam, não quiseram almoçar, fizeram outro lanche à tarde e somente foram embora quando escureceu.
Fagundes almoçou e saiu de casa, para não escutar o falatório de Adélia, que teve que mandar Sofia ficar tomando conta dos moleques.  As tarefas de casa de Sofia não foram feitas, Adélia arrumou a cozinha, furiosa. Mas, já pensou se um daqueles moleques se afoga?
Fagundes voltou à tarde, correu e se escondeu no quarto fingindo que estava dormindo.
Na sexta à noite, Fagundes estava descansado, o dia tinha passado sem aborrecimentos, quando o telefone de Adélia toca. Era Laura perguntando se eles não iam sair no sábado e se a família poderia dar uma “piscinada”. Adélia ficou sem jeito e disse que tudo bem. Desligou olhou para Fagundes que fingiu estar prestando atenção no noticiário da TV e jogou o celular na sua cabeça com toda força. Fagundes gritou de dor e ia reclamar, mas Adélia correu e se trancou no quarto.  Nessa noite Fagundes dormiu em outro quarto.
Sábado logo cedo, Fagundes foi acordado com o interfone. Era a turma chegando para a “piscinada”.  Sofia pôs a turma para dentro e logo, logo, todos estavam dentro d’água. Fagundes se levantou, tomou café, escovou os dentes e partiu para a piscina também.
- Alguém tem que fazer sala para as visitas - se justificou para Adélia que derrubou a xícara de café de tanta raiva.
A diversão estava boa, quando toca o interfone. Era Simões e sua turma. Pronto, a farra estava completa.
- Hoje não dou almoço prá ninguém - Adélia rosnou na cozinha, quando Fagundes entrou para pegar umas cervejas - E chega de cerveja. Se quiserem bebam água e olhe lá.
- É, mas  a menina do Simões tá bem comportada. Tá até de maiô - quis justificar Fagundes
- Ah! Andou reparando né? -  Adélia ficou mais brava  - Já estou por aqui com essa gente - disse fazendo um gesto rente á boca.
O tempo passou. A cerveja acabou e Fagundes não se mexeu, até que Sofia passou por perto.
 - Ei, Sofia - chamou ele - Traz mais umas cervas.
Sofia foi e voltou com uma garrafa de água e um balde com gelo
- D. Adélia disse que acabou a cerveja e mandou  trazer isso.

A turma fez que não notou e começaram a beber a água gelada. Lá pelas 14 horas todos estavam trincando os dentes de fome. Fagundes deu uma desculpa e foi até a cozinha para comer um sanduba e tomar uma Coca.
Quando voltou à piscina notou que Portela e sua turma não estavam mais.
- Cadê o Portela? - perguntou ele ao Simões
- Acho que foi embora - respondeu este fingindo desinteresse
Beleza”, pensou Fagundes. “Agora só falta o Simões também se mandar”. Mas isso não aconteceu e já  passava mais de meia hora quando o interfone toca. Era Portela, voltando com a turma, todo mundo devidamente almoçado.
Portela se aproximou e iniciou uma conversa animada com Fagundes, enquanto  sua turma mergulhava. Fagundes, distraído com a conversa, não viu Simões sair com seu pessoal.
Quando notou, deu nova escapada para a cozinha.
- Puta que pariu - rosnou  - Esses filhos da puta estão saindo para almoçar mas deixando um plantão. E depois voltam. Também vou almoçar. Sofia faz um prato aí.
Enquanto comia, Adélia chegou e ficou olhando em silêncio.
- Tudo bom? - perguntou com uma calma feroz - Você ainda acha que isso é “esporádico”?
Fagundes comeu depressa e voltou para a piscina, bem a tempo de ver Simões retornar, agora bem alimentado.
E assim se passam as semanas de verão. Fagundes e Adélia perderam completamente a privacidade. Não havia dia da semana que falhasse. Bastava estar calor e sempre alguém aparecia. Sábado e domingo, então nem se fala.
Os vizinhos estão íntimos. Chegam se acomodam e nem se importam se os donos da casa não aparecem.  Agora também trazem lanches e bebidas, pois Fagundes parou de fornecer até água.
- A gente tem que dar um paradeiro nisso - falou Fagundes, certo dia, ao café da manhã.
- Como? - respondeu Adélia desanimada
- Não sei por que vocês complicam tudo - meteu a colher Sofia - Basta trancar o portão e dizer que acabou o clube e a piscina está fechada.
- É beleza? E arrumar intriga com todos os vizinhos? - falou Adélia - A pior coisa que existe  é ter um vizinho inimigo. Se isso acontecer só mudando de casa.
- Tem que haver uma solução... - murmurou Fagundes
E passam as semanas. Certo dia, Laura aparece também com uma irmã e seus dois filhos. Outra ocasião,  Luísa chega com uma vizinha do começo da rua, a 50 metros, com a família, sogra e cunhado funkeiro. Quem identificou foi Sofia, que avisou a patroa:
- Hoje a mulher lá começo da rua e seus chegados também vieram dar um mergulho.
E finalmente,  Laura trouxe novamente a irmã, que trouxe ainda sua vizinha com  três filhos menores. Isso deixou Fagundes irritadíssimo.

- Eu já não posso curtir minha piscina e ainda está chegando gente até do Paraguai para se refrescar aqui. Vou dar um basta nisso. E rápido.
- É bom mesmo - disse Adélia - A conta de água sobe todo mês. Daqui a pouco nós vamos falir.
- Isso sem falar que Betão (o tratador da piscina) - disse Sofia - avisou que vai ter que vir duas vezes por semana. Uma vez só não tá dando para manter a água boa.
- Nem fudendo - Fagundes se irritou mais e logo ficou calmo - Pensando bem, isso me deu uma ideia.  Acho que descobri como resolver essa situação.
A ideia de Fagundes foi deixar a piscina suja, aliás, sujá-la de propósito. Mandou retirar os filtros, colocou um corante marrom na água que a deixou com uma cor esverdeada bem repelente. As folhas e poeira que caiam na água sem filtragem fizeram o resto do serviço.
Quem primeiro notou foi  Simões, que chegou, olhou e saiu sem dizer palavra. Logo Portela ficou sabendo e todos viraram a cara para Fagundes. Agora  o clube estava vazio e os vizinhos mal se cumprimentavam.  O caldo azedou de vez.
Fagundes passou o inverno tranquilo, olhando sua amada piscina ficar cada vez mais imunda e desgastada. Betão avisou que ele ia ter que comprar uma nova, se continuasse sem fazer a manutenção.
Estou aqui pensando - disse Fagundes a Adélia - Ficamos aqui sem ambiente, sem piscina e com mal estar.
- E o que você quer fazer? - falou ela
- Não sei se você concorda - disse ele - Mas pensei em vender a casa e comprar um sítio, num lugar onde os vizinhos estejam bem longe.
- Prá mim, tudo bem - disse Adélia
E assim foi feito. Depois de anunciada, apareceu um interessado. Pessoa distinta, casada, com um filho pequeno, empresário bem sucedido. Olhou a casa e viu a piscina suja.
- Gostei muito, seu Fagundes - disse ele - É exatamente o que eu queria. Só tem essa piscina que está lastimável.
- Nada disso, meu caro - disse Fagundes, abrindo uma pasta e mostrando uma foto da piscina quando foi inaugurada - Olhe como era a piscina e como vai ficar.
Lógico que dos vizinhos, Fagundes não disse uma palavra. A foto estava linda e o comprador se animou.
- Agora sim. Se ela ficar assim o negócio tá fechado.
Fagundes então chamou Betão, que, com uma equipe dando duro, em uma semana deixou a piscina como nova. Todos os dias o futuro comprador vinha até a casa para ver o progresso da reforma. Fecharam o contrato em uma sexta feira e no domingo Fagundes o convidou para almoçar e inspecionar o imóvel que tinha comprado.
Na saída, no fim da tarde, o comprador, já no portão, olhou extasiado para a piscina novinha, novinha.
- Ter uma casa e uma piscina como essa sempre foi meu sonho - falou ele
Fagundes deu uma risadinha sinistra e respondeu:
- Pois acabou de realizar. Espero que se divirta.....


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Este é um caso verídico e situações semelhantes acontecem com pessoas que têm piscinas e vizinhos. Portanto, apesar dos lugares, situações e nomes serem fictícios, pode acontecer que exista alguma semelhança com personagens reais, o que deixamos bem claro ser isso mera coincidência.
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20 de ago. de 2015

Quem derrama Bênçãos?

Quem derrama bênçãos?

L Valentin

01/08/2015

BASTET
A deusa BASTET – corpo de mulher e cabeça de gato – foi adorada e venerada por milhões de pessoas, por cerca de três mil anos no antigo Egito. 
 
O deus elefante LORD  GANESH, tendo seu culto mais de 5 mil anos – 50 séculos - é o segundo deus mais popular na Índia de hoje, sendo cultuado de forma radical por milhões de hinduístas.  

GANESH
E assim existem divindades cultuadas em diversas religiões. Os antigos gregos e romanos cultuavam um deus supremo Zeus (Júpiter para os romanos) e um séquito de deuses menores, cada um encarregado (padroeiro) de uma atividade; os cristãos acreditam em Jesus e num séquito de personagens montados em seu redor, chamados “santos”, numa crença que já passa dos 2 mil anos. Se você acredita em um desses deuses, julga os outros falsos.
Por outro lado, pessoas que dizem ter “recebido revelação divina”, considerados “santos” pelos que os seguem, têm a vida pessoal e privada repleta de erros e arbitrariedades e geralmente enriquecem às custas dos fiéis. Se você segue um destes “profetas”, julga os outros falsos.

Se realmente os outros são falsos, qual é a única explicação racional para o fato de existirem milhões de pessoas que acreditam neles através dos séculos?

Para responder essa pergunta, inicialmente necessitamos conhecer alguma teoria sobre falácias lógicas. Uma muito comum é aquela que se chama post hoc, e se resume a, quando um acontecimento precede outro a tendência é concluir que o primeiro é a causa do segundo.

Por exemplo: Durante séculos a malária foi uma doença inexplicável. Os observadores notaram que muitas pessoas que saiam à noite, contraiam a moléstia. Dessa forma, chegaram à conclusão que o ar da noite era o causador da malária e tomaram todas as precauções para que o ar noturno não penetrasse nas habitações. Daí o nome (mal + aire = mau ar). Quando se descobriu a verdadeira causa, viu-se que a noite só entrava na história porque o mosquito atacava no escuro.

A expressão latina para tal falácia é "post hoc, ergo propter hoc" o que significa "depois disto, portanto devido a isto". Das 20 ilusões de lógica esta é a mais comum e a causadora de infinitos conflitos, superstições grosseiras e mal-entendidos longos e inúteis.

Os humanos detestam a incerteza e a dúvida. Qualquer explicação, mesmo incorreta, é melhor que nenhuma. Assim as superstições derivam, quase todas, de um raciocínio post hoc. Você está andando na rua e de repente avista um gato preto. Mais tarde, no mesmo dia, descobre que perdeu a carteira. Pronto! A causa dessa perda foi ter cruzado com um pobre gato preto. Daí vem a conclusão tola de que gato preto dá azar.
Analisando o fato, porque a carteira foi perdida? Na grande maioria das vezes, por culpa do próprio dono. Distração, bolso furado, colocação em local inapropriado, acontecimento não programado (um escorregão, batedor de carteiras, queda na calçada), etc. Várias serão as causas, porém, provavelmente, nunca o gato preto. Mas, infelizmente, grande parte das pessoas, por simples ignorância, vai culpar o coitado do bichano. É mais simples, não precisa pensar muito e instantâneo: num estalar de dedos se tem a resposta que “esclarece” o evento.

LORD HANUMAM -O deus macaco dos hinduístas
Outro exemplo formidável é a astrologia, que foi criada quase que juntamente com a religião, sendo inteiramente baseada em raciocínio post hoc. Os astros se movem de tal maneira, portanto acontece isso e aquilo. Totalmente ilógico. Também o aparecimento de cometas era, dependendo da região, prenúncio de sorte ou de azar.

As empresas de marketing se aproveitam desse raciocínio para anunciar seus produtos. Fume tal cigarro e você encontrará aventura. Beba tal bebida e conquiste a pessoa amada. Use tal creme dental e tenha dentes iguais aos do modelo visto na TV. E assim por diante. O grande prejuízo para a humanidade é que, mesmo depois de provada a falsidade de um raciocínio post hoc, a grande maioria da população continua a crer e divulgá-lo. É o caso da astrologia e das incontáveis superstições que toda cultura possui.

A lógica post hoc engana, principalmente em três situações:

•    Depois de um acontecimento, acontece outro. Parece que o primeiro é causa do segundo, mas, na realidade não é. É o caso do gato preto, dos cometas, etc.
•    Pode ser que o primeiro acontecimento realmente afete o segundo, mas de maneira secundária e irrelevante. É o caso da inflação no Brasil, quando um ministro da fazenda veio a público dizer que a inflação tinha aumentado devido ao aumento no preço do chuchu. É claro, que se há aumento no preço, isso pode causar inflação. Mas, culpar o chuchu pela inflação global de um país é demais!
•    Pode ser que os acontecimentos se efetivem paralelamente, sem que se saiba ao certo qual é o efeito ou o fator que os esteja provocando. Pode haver um terceiro fator, provocando os dois primeiros. Por exemplo, a queda da bolsa em Nova York e um aumento do dólar no Brasil, no mesmo dia. Os dois acontecimentos são paralelos e pode ser que o primeiro seja a causa do segundo ou ambos sejam provocados por um aumento da inflação ou que não estejam relacionados. Pode acontecer que a bolsa caiu em Nova York, devido a falência de uma grande indústria e o preço do dólar subiu no Brasil, devido a um ato de um ministro que assustou o mercado. Nesse caso, somente um estudo profundo por um economista capacitado é que poderá esclarecer o papel de cada causa no evento. 

O que acontece para que alguém descubra imediatamente uma causa (ou causas) para um evento é simplesmente a comodidade. Todos têm uma opinião na ponta da língua para explicar o evento  - o famoso “achismo” - e ninguém está disposto e/ou tem condições técnicas para estudar e procurar descobrir cientificamente a verdadeira causa que detonou um determinado evento.


O “achismo”  - a opinião sem base emitida que sempre começa com “eu acho que” - é terrivelmente destruidor. É ele que inviabiliza totalmente a escolha de algo por meio de votação. Votar sem estudar o assunto sobre o qual se vota, ou seja, se emite uma opinião, é a principal falácia dos regimes ditos “democráticos”, que, pela escolha guiada pelo achismo inconsequente coloca invariavelmente uma ralé corrupta no poder.

Deuses da Mitologia Greco-romana
O que se deve sempre ter em mente é que os acontecimentos são causados por múltiplas razões, formando uma cadeia. Um fato paralelo pode fornecer um indício. Mas para cada indício correto existem dezenas de indícios falsos. E concluir sobre indícios falsos é inferir. Os motivos exponenciais para que alguém faça inferições são:

a)    falta geral de conhecimentos corretos, principalmente sobre o funcionamento de seu corpo e, especialmente do seu cérebro
b)    falta de raciocínio lógico. O raciocínio somente é produtivo se for feito partindo-se de princípios e conhecimentos verdadeiros. O raciocínio é ferramenta para lidar com a informação. Se for falsa, as conclusões do raciocínio o serão também.
c)    Fé. A fé conduz o ser humano a conclusões SEM PROVAS, à limitação da descoberta do conhecimento verdadeiro e ao fraco desenvolvimento do raciocínio. Quando se tem fé, se tem uma crença e para isso se abdica de raciocinar com lógica e de concluir.

Aqui chegamos à nossa questão inicial. Por que existem pessoas felizes ao redor do globo, professando diversas religiões, como o islamismo, o hinduísmo, o budismo, o taoísmo, e até mesmo sem religião alguma?  Quem favorece aos que clamam? Bastet realmente atendia as necessidades de seus fieis? Será que os milhões de egípcios, através de séculos cultuaram uma deusa falsa? Ou eles achavam que ela era realmente uma deusa porque, amiúde, suas súplicas eram realizadas?  Por que nenhuma entidade atende aos clamores de pessoas que estão em avião que vai se esborrachar no chão, matando todos? Por que nenhuma entidade atende - jamais, em tempo algum, atendeu -  aos pedidos de alguém que teve o braço amputado para que no lugar cresça um novo membro, como as lagartixas, entre outros animais, que formam um novo rabo quando tem o antigo amputado? Por que a humanidade continua inferindo às cegas?

Tomemos o exemplo de Lord Ganesh, o simpático deus elefante do hinduísmo. Recentemente, foi divulgado em todo o mundo que, nos altares em honra a esse deus, a estátua de Ganesh estava bebendo leite, fornecido às colheradas pelos fiéis.

Ganesh é extremamente popular e quase todo hinduísta possui um pequeno altar dentro de casa com uma estátua dele. São centenas de milhões de pessoas que acreditam nele, hoje, em pleno século XXI. O reverenciam e trazem flores e alimentos que depositam nos altares. E oram. E as orações são recebidas e os pedidos “realizados”.

Ganesh em procissão
Assim, Banerjee Pandra orou para sair do aluguel e, em três meses,  conseguiu um empréstimo para comprar uma casa. Salma Gandraschi orou a Ganesh durante um ano, fazendo jejuns e ofertas e, por final, seu filho que estava desempregado há muito tempo, conseguiu um bom emprego. Raavi Siruadathi teve sua filha de 6 anos picada por uma serpente naja e orou durante quatro dias a Ganesh, mas sua filha morreu no quinto dia.  Jeerna Sathmaran,  ora há mais de uma década para Ganesh, para que traga de volta seu marido, que se separou dela, mas até agora não foi atendida.

Pandra e Gandraschi INFEREM que conseguiram o que pediram graças à intercessão de Ganesh. Estão satisfeitos e adorando esse deus cada vez com mais amor. Já Raavi, também continua adorando Ganesh com a mesma intensidade. Se sua filha morreu, ele INFERE que foi por vontade superior à dele e à de Ganesh. Ou talvez, sua oração não tenha trazido com ela a sinceridade que deveria e Ganesh resolveu puni-lo por sua falta de fé. Assim INFERE que a culpa é dele mesmo e não do deus. Sathmaran apenas crê e aguarda uma graça, enquanto cumpre os rituais. Espera ser atendida, algum dia.  Os deuses funcionam assim e os humanos não podem perder as virtudes da fé e da esperança.

Pense bem nesses exemplos e pense que são idênticos ao que acontece no mundo com qualquer outro deus.  Mas se Ganesh é deus verdadeiro e atende aos pedidos feitos por seus fieis e os outros? Então, Ganesh é verdadeiro ou falso? Se existem adoradores de outros deuses é por que oram e TAMBÉM SÃO – OU NÃO - ATENDIDOS, como no exemplo acima.

O que não se percebe é que, durante nossa vida, todos os dias, acontecem fatos bons e ruins. No mínimo dois de cada, independentemente do deus a quem se ora. A atribuição da causa desses eventos é de nossa inteira responsabilidade, ou seja, depende de cada um interpretar o que aconteceu e tirar conclusões, quer por um caminho lógico, sensato e baseado em conhecimentos verdadeiros, quer INFERINDO (achismo).

ZEUS
Note-se que se uma pessoa atribui TODOS os eventos à ação da mão de deus – do deus que ela acredita ser verdadeiro -  essa inferição leva à conclusão de que esse deus também é o responsável pelos acontecimentos que afetam outras pessoas que oram a outros deuses e até mesmo aos ateus que não oram para nenhum deus. Ou seja, fica desconsiderada a hipótese desse deus se zangar ou não atender aqueles que não acreditam nele.  Se alguém acredita em Jesus, então justifica dessa forma os pedidos atendidos aos que crêem e cultuam, digamos,  Ganesh e aos que não tem qualquer tipo de fé. E a recíproca é verdadeira.

Porém tal raciocínio que parece muito fácil, simples e bom aos fiéis de algum deus, principalmente quando se analisam as coisas boas que acontecem aos ateus, somente leva a uma conclusão lógica: Não é preciso cultuar nenhum deus. Todos serão atendidos, independente de culto. 

Existe sempre uma explicação - geralmente sem lógica e sem fundamento - com que o fiel aplaca a dúvida diante de tais conclusões: “O ateu foi agraciado porque sua mãe, que é muito religiosa, orou por ele”.  Tal raciocínio possui dois predicados para o sucesso de sua aceitação: é simplório (não exige muito processamento cerebral e esperteza para ser entendido) e emotivo (as emoções são devastadoramente bem recebidas e guardadas pelos humanos). Ninguém se dá ao trabalho de pensar nele e verificar que atenta aos princípios elementares de justiça (dar a cada um o que cada um merece) e o da responsabilidade pessoal pelos atos praticados. Isso significa que ter uma mãe santa não pode ser argumento para livrar um criminoso de sua pena.

Além disso, se apoia no mais estúpido preceito, criado especialmente para se ter uma justificativa nessas ocasiões, qual seja “o tesouro de méritos” e também em sua contra partida, o “pecado original”. O tesouro de méritos - criação da igreja católica para justificar a venda de indulgências - ensina que uma pessoa que tenha méritos de sobra, poderá ter o excesso de méritos canalizado por deus para honrar outra pessoa. Ou seja: o exemplo da mãe que ora para um ateu ou bandido. A enganadora ICAR somente não quantificou a quantidade de méritos que a pessoa deve ter e qual seria o seu excesso. Mas isso é problema para quem raciocina. E la nave vá.

  
Já o outro lado da moeda, nos diz que os erros cometidos por alguém, se forem muitos e graves, deverão se expiados também por seus descendentes.  Ou seja, quando se acha tal preceito muito idiota, pueril e sem fundamento lógico, se coloca todo o hinduísmo, islamismo e cristianismo em xeque. Pois todos esses aterrorizam e mantém seus fieis no cabresto por conta de tal ensinamento.

  
Quando não se dá crédito à tola história do pecado original no cristianismo, a existência de  Jesus perde sua razão, já que, segundo a fábula,  ele veio à terra para “salvar” todos os que herdaram a culpa do pecado original de Adão e Eva e por tal motivo cometeram ainda outros pecados que foram apagados pelo sacrifício do pseudo filho de deus.
Deuses Indianos: Lakshmi, Saraswati e Ganesh
Aliás, com essa historia primal, chega-se à conclusão lógica que o deus supremo jamais atendeu aos pedidos de suas criaturas para que lhes perdoasse esse pecado herdado. E mais: somente atenderia tal pedido se houvesse derramamento de sangue, ou seja, se fosse feito um sacrifício humano.

Apesar de terem existido várias civilizações antigas que realizavam sacrifícios humanos, como os sumérios, babilônios, assírios, astecas, maias e olmecas, o deus supremo jamais aceitou esse sangue para atender tal pedido e, num ato irracional de loucura, como um Nero celeste, resolveu que quem deveria morrer, para que o tal “monstruoso pecado” fosse apagado, seria um seu parente: seu “filho”. 

Com tal enredo desequilibrado, os fieis obnubilados, esquecem que, por mais que pedissem através dos séculos, esse pedido não foi atendido, a não ser quando o deus supremo achou que era hora de enviar seu filho ao sacrifício.
A história dessa masturbação mental do deus supremo, mestre em complicar tudo,  maquinando mil e uma estratégias para dar o perdão a uma falta medíocre, quando poderia, simplesmente querendo, apagar toda culpa do gênero humano, satisfaz os crédulos sem o hábito de pensar,  que se contentam sem questionamentos com aquilo que vida lhes apresenta diuturnamente. E incessantemente utilizam a explicação que agrada e satisfaz à esmagadora parcela de descerebrados: “Foi a  mão de deus”; “graças a deus”, “foi um milagre de deus”. Com isso, não se precisa de mais nada, de nenhuma análise da coerência das histórias, de nenhuma busca de lógica nas decisões de um ser supremo nem de nenhuma explicação adicional. E o rebanho continua a pastar obnóxio e placidamente.

Quando dizemos que todos serão atendidos, significa que os fieis irão inferir que as coisas boas que lhes aconteceram foram “pedidos atendidos pela divindade” e os que não creem vão considerar tais eventos  como parte de um ciclo natural da vida no planeta.

Com razão os últimos, pois a existência do cosmos e da vida na terra obedecem a ciclos repetitivos e monótonos, quando cada um de seus processos ao chegar a seu final volta ao inicio, repetindo sempre os mesmíssimos passos.

"Concílio dos deuses" - Rafael
Veja ainda que o bom e o mau são subjetivos.  O bem do churrasqueiro é o mal do boi.  A moral da história é sempre contada pela visão de uma só parte. Ou seja, aquele que escapa de um desastre de avião diz que foi a “mão de deus” que o salvou. Já os que morreram, não mais podem falar para declararem que foi “a mão de deus” que os destruiu. Assim somente se ouve a voz dos beneficiados declarando o que inferiram, acentuando a parte positiva da história.

Portanto, através dos séculos, os humanos  adoram um enorme panteão com diversos deuses, porque inferem que tais deuses atendem seus pedidos. Inferem ainda que os pedidos não atendidos ou eventos prejudiciais que acontecem estão fora do controle dos deuses, sendo causados por falhas próprias, ou seja, falhas de quem pede. E creem nisso com inquebrantável ardor. Inferem, acham, têm opinião pessoal, acreditam, têm fé.....

Nesse ponto, somente falta um passo para que o fiel concretize seu achismo como fato inabalável: ter provado seu ponto de vista, ou seja, confirmar que seu achismo é realmente verdade. E como faz isso? Estudando, pesquisando, conhecendo as outras religiões para descobrir onde falham e com isso confirmar que a sua é a verdadeira?  Não, cara pálida. Ele simplesmente vai encontrar a “prova” no “testemunho” de outra pessoa.


Krishna

Por incrível que pareça o achismo de outra pessoa serve como  a prova que confirma o achismo de alguém,  sem mais nem menos, basta que haja o famigerado “testemunho”.  Porém tal processo requer  um pormenor para funcionar:  precisa  haver um rebanho de fieis atentos para escutar tal testemunho. A catarse coletiva provocada pela aglomeração de uma grande quantidade de pessoas, todas devidamente dirigidas a focar seu pensamento em um só assunto, é a mola mestra que dispara a confiança cega e irracional nos “testemunhos”.

Não é  por acaso que a ICAR destaca suas três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Não é por acaso que todos - mas todos mesmos, sem qualquer exceção - sacerdotes de qualquer religião batalham  para reforçar a fé dos incautos, a primeira e principal virtude que sustenta as crenças.  E as ovelhas desse rebanho cego são chamadas de “fieis” por serem leais e praticarem tais virtudes, principalmente a fé e esperança. Fé significa acreditar nos testemunhos, “milagres” e, principalmente na ação direta de deus quando acontece algo de bom na vida, bem como abandonar completamente o raciocínio, o estudo e a busca à verdade. A esperança é o aditivo a minimizar as falhas da fé. Quando se aguarda que aconteça algo de bom e isso está demorando, é preciso esperar. Mas não uma espera estática. É necessário reforçar a fé para que a espera se transforme em graça a ser alcançada. A esperança é a cadeira para que o fiel possa esperar sentado. E a caridade é uma doença que destrói a justiça. É a caridade que perdoa o criminoso, que estima o inimigo, que cega os fieis aos deslizes, mentiras e crimes dos pastores

“- Não estou prometendo que logo no dia seguinte, após você fazer esse voto de fé em nossa igreja, você vai alcançar alguma vitória ou bênção. Isso demora, fica a critério de Deus, que lhe favorecerá  assim que se sentir honrado por você”  - Apóstolo Valdemiro Santiago da Igreja Mundial do Poder de Deus

“- O que é importante é sua fé e perseverança. A bênção que você pediu não aconteceu? Não desanime. Pelo contrário, peça mais, se empenhe mais na Igreja, honre a Deus com mais amor, que a vitória certamente lhe será dada. Veja que Deus prometeu a vinda do Salvador 4 mil anos antes dela acontecer. A humanidade esperou todo esse tempo para alcançar essa graça. Então, se seu pedido não foi atendido, não esmoreça, que seu dia chegará.” - Pastor Gentil Oliveira - Igreja Assembleia de Deus Ministério Bethel - Programa “Falando ao Coração” - Rede Brasil TV

“- Pois, maldito seja o enganador. O sujeito que é enganador, que tenta enganar a Deus, ele é maldito (...) Maldito seja o enganador que tendo um macho em seu rebanho promete e oferece ao Senhor um defeituoso. Quer dizer: quantas são as pessoas que estão tentando enganar a deus, iludir as outras pessoas, iludir até o pastor. Entrega uma oferta lá na igreja, mas aquela oferta na realidade é um engano, é uma ilusão, é um defeituoso, é um cego, é uma oferta doente, é uma oferta enferma, é uma oferta cancerígena, é uma oferta com AIDS, digamos assim. Deus não aceita o que não presta, Deus não aceita o que resta, Deus não é porco para receber ou aceitar  aquilo que está sobrando; não, Deus não aceita esse tipo de oferta. Então, aqueles que procedem dessa forma têm sido amaldiçoados. Por que? Porque a oferta que eles têm apresentado tem sido oferta defeituosa, tem sido oferta imunda, tem sido oferta imprestável, tem sido oferta doente. E Deus diz aqui: Maldito seja o enganador. (...) Agora, se nós fizermos o bom, nós não estaremos fazendo o melhor. E deus não se agrada disso. O bom é inimigo do melhor. Então se nós queremos o melhor de deus nós temos que apresentar o melhor, se nós queremos  exigir muito de deus, nós temos que dar muito para deus, se nós queremos tudo de deus, nós temos que dar tudo para deus (...) É por isso que aquelas pessoas que fazem, que têm feito desafios, aquelas pessoas que fazem  ou tudo ou nada, se deus é verdadeiro então vamos ver, elas fazem desafios com deus e deus tem abençoado, deus tem feito milagres extraordinários na vida delas. (...)  Portanto minha amiga, meu amigo, tome muito cuidado com a oferta que você apresenta a deus, porque aquela oferta, aquela oferta que você está apresentado a deus, vai trazer bênção ou maldição para sua vida, Depende de como ela é: se for uma oferta perfeita ela vai trazer bênção, mas se ela não for perfeita, ela só vai trazer maldição (...) Eles queriam dar suas ofertas e o fizeram acima de suas posses. Quer dizer, fizeram o maior sacrifício. E é isso, meu amigo ouvinte, que agrada a deus. É isso que agrada a deus. (...) Deus pesa a nossa oferta. Qualquer que seja a nossa oferta ela é pesada por Deus. (...) E deus verifica se aquela oferta honra o seu nome, ou não. Se aquela oferta é a melhor, ou não. Ah, Deus, minha amiga, meu amigo ouvinte, quer abençoar você, acredite nisso, ele quer derramar as mais maravilhosas ricas bênçãos sobre a sua vida, ele quer fazer, abrir as janelas do céu e derramar sobre você bênçãos sem medida, mas ele não pode fazê-lo enquanto você não oferecer a ele o melhor. Esse é o segredo para alcançar as bênçãos de deus. O desejo de deus é enriquecer você. Está aqui escrito... Bispo Edir Macedo - Igreja Universal do Reino de Deus

Enquanto isso a roda da fortuna, fortuna imperatrix mundi, gira eternamente, e de algum modo, alguma migalha, a sorte e o acaso deixarão cair sobre a cabeça de todos. Nessa hora o agraciado dará seu “testemunho”: “graças  a deus”, “obra divina”, “milagre”. Por outro lado, aquele que passar pela vida sem sorte e morrer sem ver a graça, não mais  terá voz para reclamar que trilhou  toda a existência, esperando sem sucesso. Morto não dá “testemunho”.

Pronto. Agora temos a cena armada. Os fieis estão aí, ignorantes, desconhecendo o elementar do elementar, sem leitura, sem cultura, mas arrebanhados por espertos que os pastoreiam. Eles os apascentam, não com relva, mas com testemunhos para reforçar a fé. Quanto mais fé  menos pensamento, menos indagação e mais passividade, obediência e entrega. E mais certeza no que o seu achismo o levou a concluir. E nada existe de mais  destrutivo e pernicioso que a certeza do ignorante!

Ao inferirem - praticando o achismo - as pessoas não só adoram deuses: os criam!  Ou seja, a criação de um deus é o próximo passo natural para atribuir a alguém  “bênçãos” recebidas. E lógico, a contrapartida é criar um “deus do mal” para arcar com a culpa das desgraças que acontecem.  Os espertos logo descobrem, dando o passo final no processo, que basta ajuntar todos os que têm a mesma opinião, ACHANDO que um certo deus é o verdadeiro e o responsável por tudo de bom que acontece, para obter um rebanho que sempre incentivado e exposto a doutrinações e técnicas emocionais, permitirá  ser conduzido docilmente e, principalmente, ser extorquido com uma placidez incomparável.

Fica a cargo do leitor descobrir, inferindo ou concluindo racionalmente, o que é falso e verdadeiro nessa tragédia.

E, last but not least, as estátuas bebedoras de leite de Ganesh foram desmascaradas e se provou que era uma fraude. Graças a deus!
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