De vez em quando, vida inteligente
A franquia inicial "Star Trek" (Jornada nas Estrelas] iniciou-se em 1966, teve 3 temporadas e terminou em 1969, quase sem sucesso algum junto ao grande público, mas com uma grande audiência cativa de um segmento, principalmente de jovens,A Paramount depois do cancelamento, para tentar recuperar o prejuízo dado pelas 3 temporadas colocou a série em sindicação, ou seja, distribuiu em todo território americano para estações independentes que não tinham rede. No final dos anos 1970, a série tinha se transformado em "cult", um sucesso com uma legião de fãs jovens em todo país
Quando assisti alguns capítulos no final da década de 1960, também me tornei fã, levado pela pouca idade e pela inovação espetacular apresentada diante das produções brasileiras. Anos depois, com mais idade, mais conhecimentos e experiência, ao rever os episódios fiquei decepcionado.
Não cabe aqui uma análise completa dessa produção, mas basta dizer que o esquema utilizado na grande maioria dos capítulos era o de tensão-relaxamento, ou seja, num tempo de 45 minutos, gastava-se 43 mostrando os heróis passando por perigosas dificuldades, estranhas, fantásticas e complicadíssimas, fazendo com que o espectador ficasse ansioso para ver como essa situação seria resolvida. Isso era mostrado, geralmente nos dois últimos minutos, com soluções ridículas, destrambelhadas, rápidas, simplórias e principalmente, agressivas à inteligência de quem estava ali esperando algo saído da ficção, é certo, mas coerente e aceitável, dentro dos padrões do episódio.
Neste final de ano assisti novamente as três temporadas completas e, sinceramente, elas não valem a energia elétrica que gastei para baixá-las pela internet. São simplesmente ridículas.
Na década de 1980 a franquia continuou com "The Next Generation". Os produtores seguiram no mesmo esquema, agora sabendo que os espectadores estavam mais apatetados do que nunca e abusaram nas incoerências.
Porém toda regra tem exceção. Hoje se podem encontrar resenhas de várias pessoas mostrando os 10 melhores episódios dessa série. Nas quatro resenhas que vi, todas continham o episódio que trago agora, que refuto, de longe, o melhor da série.
Primeiramente, pela produção. O capítulo tem início, meio e fim, lógicos, bem demarcados e perfeitamente plausíveis para a ficção apresentada.
Segundo, pelo tema e seu desenvolvimento. Perfeitos. Se você assiste um filme de super heróis, não vai ser obrigado a fazer nenhum exercício mental. Enquanto vê as fantasias e alegorias de superpoderes impossíveis (não é ficção) simplesmente se diverte visualmente, com seu cérebro em letargia. Não há ganho de espécie nenhuma.
Neste capítulo, ao contrário, a cada segmento, você se pega pensando, raciocinando. Há ganho de processamento cerebral, você aprende algo. Raríssimo na TV e cinema atuais.
Terceiro: pela trilha sonora adequada e bem feita
Existem no youtube várias versões desse episódio, alguns com a versão brasileira daquele jeito que sabemos: uma merda. Outros legendados por pessoas que pensam que sabem inglês: merda pior.
Diante disso, fui obrigado traduzir e legendar (com fidelidade ao original) e publicar no blog. Garanto que vale a pena ver e pensar sobre o assunto.
Star Trek - The Next Generation - Temporada 3 - Episódio 4 (1989)
Who Watches the Watchers
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