Colza: A deplorável história de uma enganação mundial
Outono – 2015 (rev: 2021)
L Vallejo
L Vallejo
Advertência
Todos os fatos aqui apresentados foram extraídos de pesquisas,
feitas por cientistas e especialistas, que estão nos links no final
deste documento, que deverão ser consultados
por quem desejar se aprofundar no assunto
A colza é uma planta. Seu nome científico é brassica e o termo em português deriva-se do holandês “koolzaad” que significa semente de couve. Em língua inglesa ela é chamada de rape.
A família botânica da brassica (B) possui três espécies primárias (B. nigra, B. campestris e B. oleracea) e três secundárias (B. napus, B. carinata e B. juncea). Para identificá-los em linguagem comum, repolho, couve, couve-flor, brócolis e outros vegetais pertencem ao B. oleracea, enquanto a colza e nabos “argentinos” pertencem a família B. napus e colza e nabos “poloneses” pertencem a B.campestris. Variedades de mostardas compõem B. carinata, B. juncea e B. nigra.
Vários membros da família Brassica estão provavelmente entre as primeiras culturas alimentares domesticadas. Há evidências de que alguns vegetais desse tipo foram amplamente utilizados na era neolítica e no antigo sânscrito indiano escrito entre 2000-1500 a.C. existe menção a essas culturas. Textos Gregos, Romanos e Chineses de 500-200 a.C. também mencionam essas culturas e descrevem suas propriedades medicinais. A planta era usada como forragem para os animais.
Sabe-se que a colza (brassica campestris oleifera) é cultivada na Europa desde o século XIII, e muito possivelmente antes, onde era usado tanto em alimentos quanto como óleo de cozinha.
A colza é cultivada na China há quase 2000 anos e é a cultura oleaginosa mais importante do país e a quinta cultura mais importante globalmente atrás do arroz, trigo, milho e algodão. A China também é a maior produtor de colza do mundo. A Índia é o segundo maior produtor de colza enquanto o Canadá é o terceiro. O Canadá tem sido líder no desenvolvimento de cultivares como a colza, principalmente no desenvolvimento dos transgênicos e alteração genética das sementes de colza (rapeseed).
Campo de colza na China |
Porém esse óleo contém ácidos graxos, baixo teor de gorduras saturadas e quantidades significativas de gorduras ômega-3. Esses fatos serviram para alavancar o projeto de se utilizar o óleo de colza na alimentação humana. Mas, as propriedades negativas e perigosas tanto do óleo como do seu processamento eram maiores e foi preciso fazer um pesado jogo sujo de corrupção e mentiras para enganar as pessoas e levar tal projeto avante.
Para entender o que se passou, é necessário falar rapidamente de nutrição humana e gorduras. O intuito aqui é apenas passar uma ligeira noção, para que se entenda o restante do texto.
Uma nutrição balanceada precisa conter necessariamente proteínas, carboidratos e gorduras. A quantidade mínima de gorduras ingeridas diariamente deve ser 30% da alimentação. Uma dieta com falta de algum desses três não é saudável e deixa o corpo comprometido em seus sistemas de defesa e suporte a vida.As gorduras podem ser saturadas e insaturadas. As saturadas são os ácidos graxos saturados e como exemplos temos a manteiga, banha de porco, proteína animal com gordura (ex: costela de boi), produtos lácteos integrais e manteiga de cacau.
As insaturadas dividem-se em gorduras trans, monoinsaturadas e polinsaturadas. As gorduras trans podem ser mono, poli ou ambas. Todas as gorduras e óleos naturais são uma combinação de ácidos graxos monoinsaturados, poliinsaturados e saturados. Os ácidos graxos trans (TFA) são formados durante a hidrogenação industrial parcial do óleo vegetal, processo amplamente comercializado para a produção de gorduras sólidas.A pesquisa provou a conexão direta dos ácidos graxos trans com doenças cardiovasculares, câncer de mama, encurtamento do período de gravidez, riscos de pré-eclâmpsia, distúrbios do sistema nervoso e da visão em bebês, câncer de cólon, diabetes, obesidade e alergia.Alimentos e óleos processados fornecem aproximadamente 80% de gorduras trans na dieta, em comparação com 20% que ocorrem naturalmente em alimentos de origem animal. As principais fontes alimentares de gorduras trans são bolos, biscoitos, bolachas, margarina, batatas fritas, pipoca e gordura doméstica.As monoinsaturadas são ômega7 e omega9. Como exemplo de omega7 temos carne e produtos lácteos integrais, ou seja, não desnatados, de animais alimentados com grama; salmão pescado no mar e noz macadâmia. Como exemplo de omega9 temos carne de animais alimentados com grama, azeite de oliva, azeitonas, nozes, abacate e óleo de gergelim.As gorduras polinsaturadas podem ser omega3, omega5 e omega6. Exemplos de omega3: óleo de linhaça, sardinhas, óleo de fígado de bacalhau, nozes, amêndoas, pistaches, hortaliças verde escuras, atum, salmão fresco. Como exemplo de omega5 temos: laticínios integrais, óleos de dendê, gordura de coco, palmitos, salmão fresco, macadâmia, óleo de sementes de romã.E finalmente exemplos de ômega6 : azeitonas, azeite de oliva, nozes, frangos, Ovos, abacate, óleo de linhaça, sementes de abobora, açaí.Todos esses ácidos graxos são produzidos pelo organismo quando se ingere uma de suas fontes, com exceção dos saturados, Omega3 e ômega6 . Eles são essenciais para a saúde do corpo mas este não os produz. Assim é necessário que sejam ingeridos diariamente.
Essa explicação é suficiente para podermos continuar.
Existe um ditado recente, completamente correto, que avisa: “para se ter saúde, não ingerir nada industrializado.” Isso porque a indústria alimentícia utiliza produtos químicos insalubres em seus produtos. Leia os rótulos: ácido cítrico, fosfato dissodico, inosinato de sódio, dióxido de silício, glutamato monossodico, sorbato de potássio e adoçantes (edulcorantes) entre outros.
Existem diversos estudos mostrando que o glutamato monossodico é cancerígeno. A indústria esta gastando milhões com a “teoria umami” para evitar a proibição de seu uso. ( Umami)
O sorbato de potássio é um bactericida, perigoso se for ingerido em doses altas, que até a década de 1980 era proibido no Brasil. Foi liberado a custa de milhões colocados no bolso de políticos funcionários do governo. É assim que funciona essa engrenagem.
Até meados do século XIX a indústria alimentícia era incipiente. Os alimentos eram processados de forma artesanal com nenhum ou poucos conservantes, tais como o açúcar, sal e nitrato de potássio (salitre). Com o desenvolvimento das indústrias alimentícia e química e a combinação das duas, descobriu-se que os químicos adicionados aos alimentos eram baratos e os produtos com eles compostos traziam com sua venda, lucros astronômicos a ambas indústrias.
O problema era como vendê-los. Ou melhor, como fazer com que a população consentisse em comprá-los e consumi-los. Nos Estados Unidos, depois da década de 1930, o rádio e a TV estavam se disseminando entre todas as camadas da população. E atingiam também aquela parcela da população mais pobre que não tinha o hábito de ler jornais.
As indústrias então lançaram um projeto de convencimento das pessoas para que abandonassem os tradicionais alimentos e consumissem os “novos” produzidos por eles. E o fizeram simplesmente com a tática de aterrorizar: Os produtos velhos causavam doenças e mortes e os novos eram saudáveis e baratos.
Isso sempre funciona. Apoiados na falácia da autoridade, onde alguém com algum título ou estudo dá uma opinião que é acatada por todos, sem ser comprovada, mas com credibilidade baseada apenas no estatus do “doutor”, a indústria corrompeu, com milhões de dólares, políticos, funcionários do governo, médicos, celebridades e famosos do radio, tv e cinema para apoiarem e darem seus testemunhos sobre esses novos produtos, fazendo as vendas dispararem e introduzindo novos hábitos entre a população.
O plano foi demonizar produtos tais como o sal, o açúcar, a banha, a manteiga e o ovo, que foram culpados por, principalmente, provocarem doenças do coração e entupimento de veias. Foram catalogados como alimentos “não saudáveis”, ao passo que incentivavam a população a consumirem alimentos “saudáveis” indicados por lobbies financiados pela indústria.
Conseguiram então, de forma sinistra, infiltrar-se no movimento popular, para desvirtuar a informação passada ao grande público. Afirmar que as gorduras naturalmente saturadas, de origem animal, eram a causa das doenças cardíacas contemporâneas e do flagelo do câncer, foi o carro-chefe dessa campanha de desinformação.
A manteiga serviu de saco de pancadas para o ataque e foi acusada de crimes terríveis. Os ditadores da Dieta nos disseram ser preferível usar a margarina polinsaturada - conselho esse seguido pela maioria dos americanos. A manteiga simplesmente desapareceu, rejeitada como malfeitora.
A população chocada com essas novas “constatações” deixou de avaliar que há milênios a manteiga tem sido apreciada por suas propriedades de dar sustento à vida, sendo um dos alicerces da alimentação de muitos povos extremamente sadios.
As gorduras de origem animal e vegetal fornecem uma fonte concentrada de energia na dieta; eles também fornecem blocos de construção para membranas celulares e uma variedade de hormônios e substâncias semelhantes a hormônios. Gorduras como parte de uma refeição diminuem a velocidade de absorção para que possamos passar mais tempo sem sentir fome. Além disso, atuam como transportadores de importantes vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. As gorduras são necessárias para a conversão de caroteno em vitamina A, para absorção de minerais e para uma série de outros processos.
A “Nutrição Politicamente Correta” é baseada na suposição de que devemos reduzir nossa ingestão de gorduras, principalmente as gorduras saturadas de origem animal. As gorduras de origem animal também contêm colesterol, apresentado como o vilão gêmeo da manteiga de uma “dieta civilizada”. Essa teoria – chamada de HIPÓTESE LIPÍDICA – é que existe uma relação direta entre a quantidade de gordura saturada e colesterol na dieta e a incidência de doença coronariana.
Atacar a manteiga para vender margarina, um produto já provado e comprovado como maléfico á saúde. Atacar o ovo por ser fonte de colesterol – imprescindível para o bom funcionamento do organismo – ou seja mais uma gordura saturada que “entupia as veias”. E por fim atacar a banha pelos mesmos motivos. Mas tais ataques tinham um objetivo maior oculto: introduzir o consumo de óleos vegetais com uma propaganda de que seriam a opção saudável às gorduras saturadas.
Estava patente que produzir óleos vegetais era infinitamente mais barato que produzir manteiga, azeite de oliva, gordura de coco, banha e ovos. Além disso, a quantidade produzida também era um diferencial fantástico. Mais barato na produção lucros maiores. Essa é a ideia.
Nesse ponto, o leitor deve estar se perguntando: “Ok. E a colza? O que eu tenho a ver com essa planta que nunca ouvi falar?” Então, meu caro, chegou a hora de dizer que você conhece a colza. E usa seu óleo. E sorri, pensando estar sendo esperto e saudável. Isso porque o óleo de colza tem um apelido: CANOLA.
Parou de rir? Chore então ao saber do que se segue. Chore porque você foi feito de trouxa e ainda pagou por isso.
Parou de rir? Chore então ao saber do que se segue. Chore porque você foi feito de trouxa e ainda pagou por isso.
A colza está aí. Inundando os campos. Derivada da família da mostarda, é uma erva daninha com sementes que produzem um óleo de forma fácil e abundante. E seu óleo contém ômega3 e cerca de 20% de ÁCIDO ERÚCICO que é extremamente tóxico. E esse óleo é extraído de forma constante e copiosa, mais e mais, a medida que o tempo passa.
O óleo de colza é uma substância tóxica e venenosa, um óleo industrial nocivo aos seres vivos, que, quando processado, torna-se rançoso muito rapidamente. Ele contém substâncias tóxicas tais como glicosídeos contendo cianeto. Causa a doença da vaca louca, cegueira, distúrbios nervosos, coágulos de sangue e depressão do sistema imunológico.
O óleo de colza é um excelente repelente de insetos. Os usos industriais do óleo de colza são bem conhecidos. É usado como lubrificante, combustível, sabão, base de borracha sintética e como iluminador para páginas coloridas em revistas. É um óleo industrial, usado para fazer verniz e como inseticida. Não é um alimento.
O óleo de colza também é a base do agente de guerra química, o gás mostarda, que foi proibido depois de causar bolhas nos pulmões e na pele de centenas de milhares de soldados e civis durante a Primeira Guerra Mundial.
O óleo de colza está fortemente relacionado a sintomas de enfisema, desconforto respiratório, anemia, constipação, irritabilidade e cegueira em animais e humanos. Demonstrou-se que sua fumaça causa câncer de pulmão (Wall Street Journal, 7 de junho de 1995). Relatórios sobre os perigos do óleo de colza são inúmeros na internet. Um deles é um artigo, “Cegueira, Doença da Vaca Louca e Óleo Canola”, de John Thomas, que apareceu pela primeira vez na revista Perceptions, março/abril 1996. Outros artigos descrevem uma variedade de sintomas, incluindo tremores, paralisia, falta de coordenação, fala arrastada, problemas de memória, visão turva, problemas com micção, dormência e formigamento nas extremidades e arritmias cardíacas que desapareceram com a interrupção do uso de canola. E ainda o nanismo em crianças. Tão comprovado que o FDA ressaltou sua proibição para uso em alimentos infantis. (ver abaixo)
Um grande problema é que os ácidos graxos ômega-3 (a única parte boa antes do processamento) é transformado durante o processo de desodorização em ácidos graxos trans (TFA) – algo muito ruim. Todos os óleos vegetais possuem mau cheiro e necessitam ser desodorizados por processos violentos (altas pressões e temperaturas), utilizando-se principalmente o hexano, um derivado do petróleo cancerígeno. Nesse processo de refino e desodorização perde-se cerca de 80% do omega3 inicial. O óleo também é submetido a processos radicais para se reduzir o ácido erúcico e torná-lo possível de ser consumido sem matar quem consome. Veja o quadro onde se nota que a proporção desse ácido é “menor que 2%”. Ou seja, em um litro, existem 20 ml de ácido erúcico. Não mata, mas aleija. Bom apetite!
O Caso da Espanha (adicionado em 2021)
Em 1981 ocorreu o escândalo da pior epidemia de intoxicação alimentar da Espanha. O surto da síndrome do óleo tóxico (TOS) ocorreu na Espanha em 1981. Foi atribuído ao consumo de óleo de cozinha de colza.
O azeite de oliva foi adulterado com óleo de colza que era para uso industrial e foi vendido ilegalmente, principalmente em mercados de rua, começando em Madri e se espalhando para outras áreas.
Os sintomas variaram de insuficiência pulmonar e deformação dos membros até a destruição do sistema imunológico do corpo. Muitos sobreviventes ficaram aleijados pelo resto da vida.
Cerca de 100.000 indivíduos foram expostos e a doença clínica ocorreu em 20.000 pessoas, 10.000 das quais foram hospitalizadas, de acordo com o site Science Direct. Mais de 300 vítimas morreram e muitas outras ficaram com doenças crônicas, disse a Science Direct. Segundo a organização de sobreviventes Seguimos Viviendo, mais de 5.000 pessoas morreram ao longo dos anos e há 20.000 vítimas sobreviventes com má qualidade de vida e degenerações incuráveis.
História:
Entre 1950 e 1953, sementes de colza foram irradiadas na Suécia, para aumentar a produção de sementes e teor de óleo.
A Hipótese Lipídica foi proposta por um pesquisador chamado Ancel Keys no final da década de 1950. Numerosos estudos subsequentes questionaram seus dados e conclusões. No entanto, os artigos de Keys receberam muito mais publicidade do que aqueles que apresentavam pontos de vista alternativos.
As indústrias de óleos vegetais e de processamento de alimentos, os principais beneficiários de qualquer pesquisa que encontrasse falhas em alimentos tradicionais concorrentes, começaram a promover e financiar mais pesquisas destinadas a apoiar a hipótese lipídica.
Uma delas foi em 1954, quando um jovem pesquisador da Rússia chamado David Kritchevsky publicou um artigo descrevendo os efeitos da alimentação com colesterol aos coelhos. O colesterol adicionado à ração vegetariana de coelho causou a formação de ateromas – placas que bloqueiam artérias e contribuem para doenças cardíacas. No mesmo ano, segundo a American Oil Chemists Society, Kritchevsky publicou um artigo descrevendo os efeitos benéficos dos ácidos graxos polinsaturados para reduzir os níveis de colesterol
Essa pesquisa que provou ser falaciosa por outros pesquisadores, que mostraram que herbívoros reagem completamente diferente aos onívoros com tal alimentação. Em diversas outras pesquisas, ratos alimentados com polinsaturados vieram apesentar uma série de doenças já relatadas aqui. Mas a indústria do óleo vegetal continuou a despejar milhões de dólares para que surgissem apoiadores da teoria lipídica.
Esses "especialistas" nos asseguram que a hipótese lipídica é apoiada por provas científicas incontestáveis. A maioria das pessoas ficaria surpresa ao saber que há, de fato, muito pouca evidência para apoiar a afirmação de que uma dieta pobre em colesterol e em gorduras saturadas realmente reduz a morte por doença cardíaca ou de qualquer forma aumenta a expectativa de vida.
Antes de 1920, a doença cardíaca coronária era rara na América; tão rara que quando um jovem médico residente chamado Paul Dudley White apresentou o eletrocardiógrafo alemão a seus colegas da Universidade de Harvard, eles o aconselharam a se concentrar em um ramo mais lucrativo da medicina. Durante os próximos quarenta anos, no entanto, a incidência de doença cardíaca coronária aumentou dramaticamente, tanto que em meados dos anos 50 a doença cardíaca era a principal causa de morte entre os americanos.
Hoje, as doenças cardíacas causam pelo menos 40% de todas as mortes nos EUA. Se, como nos foi dito, as doenças do coração são provocadas pelo consumo de gorduras saturadas, seria de esperar encontrar um aumento correspondente na gordura animal na dieta americana. Na verdade, o inverso é a realidade.
Durante o período de sessenta anos de 1910 a 1970, a proporção de gordura animal tradicional na dieta americana caiu de 83% para 62%, e o consumo de manteiga despencou de 9 kg por pessoa por ano para dois. Durante os últimos oitenta anos, a ingestão de colesterol na dieta aumentou apenas 1%. Durante o mesmo período, a porcentagem de óleos vegetais dietéticos na forma de margarina, gordura e óleos refinados (polinsaturados) aumentaram cerca de 400% enquanto o consumo de açúcar e alimentos processados aumentou cerca de 60%.
O público foi bombardeado com muita desinformação sobre as virtudes relativas das gorduras saturadas versus óleos polinsaturados. “Gurus dietéticos politicamente corretos” – geralmente recebendo suborno da indústria do óleo - nos dizem que os óleos polinsaturados são bons para nós e que as gorduras saturadas causam câncer e doenças cardíacas.
O resultado é que ocorreram mudanças fundamentais na dieta do Ocidente. Na virada do século XIX, a maioria dos ácidos graxos da dieta eram saturados ou monoinsaturados, principalmente manteiga, banha, toucinho, óleo de coco e pequenas quantidades de azeite. Hoje, a maioria das gorduras da dieta são polinsaturados de óleos vegetais derivados principalmente de soja, assim como de milho, girassol, amendoim, etc.
O consumo excessivo de óleos polinsaturados contribui para um grande número de doenças incluindo aumento do câncer e doenças cardíacas; disfunção do sistema imunológico; danos ao fígado, órgãos reprodutivos e pulmões; desordens digestivas; capacidade de aprendizagem deprimida; crescimento prejudicado; e ganho de peso.
Uma razão pela qual os polinsaturados causam tantos problemas de saúde é que eles tendem a se tornar oxidados ou rançosos quando submetido ao calor, oxigênio e umidade como no cozimento e processamento. Os óleos rançosos são caracterizados por radicais - isto é, átomos únicos ou aglomerados com um elétron desemparelhado em uma órbita externa. Esses compostos são extremamente reativos quimicamente.
Eles são conhecidos como "saqueadores" no corpo por atacarem as membranas celulares e células sanguíneas e causar danos nas cadeias de DNA/RNA, desencadeando mutações nos tecidos, vasos sanguíneos e pele. Radicais Livres danificam a pele e causam rugas e envelhecimento prematuro; radicais livres agindo nos tecidos e conjuntos de órgãos preparam o estágio para tumores; danos de radicais livres nos vasos sanguíneos iniciam o acúmulo de placas.
Para surpresa geral, testes e estudos têm mostrado repetidamente uma alta correlação entre câncer e doenças cardíacas com o consumo de polinsaturados. Novas evidências ligam a exposição a radicais livres com envelhecimento prematuro, com doenças autoimunes como artrite, doença de Parkinson, doença de Lou Gehrig, Alzheimer e catarata.
Fingindo ignorar tudo isso, no final da década de 1970, usando uma técnica de manipulação genética envolvendo divisão de sementes (R.K. Downey, Genetic Control of Fatty Acid Biosnythesis in Rapeseed. Jornal da Sociedade Americana de Químicos de Petróleo, 1964;41:475-478.), técnicos canadenses conseguiram uma variedade de colza que produziu um óleo com baixo teor de ácido erúcico e alto em ácido oleico.
O novo óleo, conhecido como óleo LEAR – sigla para Low Erucic-Acid Rapeseed - demorou a pegar nos EUA. Em 1986, a Cargill anunciou a venda da oleaginosa LEAR aos agricultores dos EUA e forneceu o processamento de óleo LEAR em sua fábrica em Riverside, Dakota do Norte; mas os preços caíram e os agricultores tiveram prejuízo (Journal of the American Oil Chemists' Society, dezembro de 1986;63(12):1510).
Antes que o óleo LEAR pudesse ser promovido como alternativa aos óleos polinsaturados, precisava de um novo nome. Nem “rape” nem “lear” seriam adequados para invocar uma imagem saudável para a nova safra do transgênico. Então, em 1978, a indústria optou por “canola”, derivado de “óleo canadense”, já que a maior parte da nova colza naquela época era cultivada no Canadá. Assim CANOLA foi o acrônimo para “CANADIAN OIL LOW ACID” ou seja “óleo canadense com pouco ácido”. “Canola” também soava como “can do” e “payola”, ambas as frases positivas na linguagem do marketing. No entanto, o novo nome não entrou em uso generalizado até o início dos anos 1990.
Quimicamente, tal óleo se compõe em 5% de gorduras saturadas, 57% de ácido oleico, 23% de ômega-6 e 10%-15% de ômega-3. A razão pela qual é particularmente inadequado para consumo é porque contém um ácido graxo de cadeia, chamado ácido erúcico, que é tóxico.
Mas há algumas indicações de que o óleo canola apresenta perigos próprios. Devido ao seu alto teor de enxofre, ele fica rançoso facilmente e os produtos assados feitos com esse óleo desenvolvem bolores rapidamente. Durante o processo de desodorização, os ácidos graxos ômega-3 do óleo canola processado são transformados em ácidos graxos trans, semelhantes aos da margarina e possivelmente mais perigosos.
Um estudo recente indica que o óleo canola, "saudável para o coração", na verdade cria uma deficiência de vitamina E, uma vitamina necessária para a saúde do sistema cardiovascular. Outros estudos indicam que mesmo o óleo canola com baixo teor de ácido erúcico causa lesões cardíacas, principalmente quando a dieta é pobre em gordura saturada.
Em meados dos anos 1980, na America, em conluio com o American Heart Association, várias agências governamentais e departamentos de nutrição das principais universidades, a indústria vinha promovendo óleos polinsaturados como alternativa saudável para o coração para resolver o problema do “entupimento de artérias provocado pelas gorduras saturadas”.
Esse é o começo do capítulo terrível de como a indústria do óleo do Canada subornou a todos que precisou para vender tal óleo. Não foram poupados dólares nem pesquisas mentirosas, nem testemunhas de pessoas na folha de pagamento da indústria.
O projeto de convencimento envolveu médicos, cientistas, universidades, órgãos do governo, a mídia, num poderoso e massacrante rolo compressor que acabou por convencer o público idiotizado pela TV que o óleo canola era o melhor para a saúde:
“O óleo de canola contém apenas vestígios de erúcico ácido e um perfil único de ácidos graxos que o torna rico em ácido oleico e baixo teor de gorduras saturadas; isso o faz particularmente benéfico para a prevenção de doenças cardíacas. Ele também contém quantidades significativas de gorduras ômega-3 ácidos, também mostrou ter benefícios para a saúde.” (informativo da indústria)
A principal luta foi obter o GRAS (Generally Recognized as Safe) o status fornecido pela Food and Drug Administration dos EUA. Uma mudança na regulamentação seria necessária antes que o canola pudesse ser comercializado nos EUA. A regulamentação existente era de 1938 e impedia a entrada desse óleo no país. A FDA sabia do perigo dele para a saúde e se recusava a ceder o certificado.
A pressão nesse órgão foi insana. Admissões, demissões, expurgos, suborno pesado, ameaças, extinção de carreiras, um circo de horrores, à medida que os honestos iam caindo e pessoas escolhidas a dedo - notadamente ex-funcionários da indústria de óleo - eram nomeadas pelo departamento de agricultura americano, movido também a suborno, tráfico de influências e ameaças.
Enfim, o status GRAS foi concedido em 1985. O governo canadense pagou à FDA a quantia de US $ 50 milhões para ter a colza registrada e reconhecida como “seguro”. A quantia gasta com rádio, TV, conferências científicas, jornais, revistas especializadas, celebridades, programas de culinária na TV, entre outros, não pode ser estimada, pois até a presente data a indústria do óleo continua com os pagamentos para que aconteçam fatos como aquele cozinheiro no seu programa de culinária, disfarçadamente, de passagem, aconselhe com inocência: “Use de preferência azeite de oliva nesta receita. Eu estou usando o óleo de canola que é o mais saudável que existe.” Atenção para o “de canola”. Isso faz o desavisado pensar que canola é uma planta. Toda vez que alguém publica algo e menciona “de canola” ganha um jabá da indústria do óleo.
Pode se ver a proibição de se usar o canola em alimentos infantis no GRAS emitido pelo FDA. Mas isso foi no século passado. Hoje tudo está liberado e a propaganda diz que “alimento infantil saudável é feito com canola”.
Se o leitor estiver interessado em conhecer todos os bastidores dessa história nojenta – inclusive com os nomes dos envolvidos - acesse os links no fim da página.
Adendo 2015-2020
Finalizando, um rápido olhar sobre os desdobramentos dessa novela do óleo de colza. Considerada como erva daninha que se espalhava como praga, depois que foi cultivada em larga escala para se extrair o óleo, para ser rentável precisou dos mesmos cuidados que as outras culturas, tais como soja e milho. Um dos cuidados foi eliminar o mato que cresce junto do cultivar.
Há mais de meio século existem os herbicidas para matar o mato e ervas daninhas. O principal deles é o RoundUP, da Monsanto. Todos são baseados no N-(fosfonometil)glicina - GLIFOSATO. Quando a patente da Monsanto expirou em 2000, o produto ficou disponível para as outras empresas e hoje existem centenas de glifosatos no mercado. Desse modo, os agricultores usam o herbicida como uma forma prática de matar ervas daninhas.
Ao pulverizar o glifosato, ele geralmente penetra na planta através das folhas, a partir daí, ele viaja de célula em célula e se espalha por caule, raízes e sementes, infectando toda a planta. Então ela morrerá porque o glifosato interfere no sistema crucial de produção de enzimas impedindo a planta de criar as proteínas necessárias a sua subsistência. Veja que esse veneno não é seletivo: pulverizou em qualquer planta, ela morre. Raras espécies são imunes ao seu efeito.
Acontece que o mato e as ervas daninhas, com o passar dos anos tornam-se resistentes ao herbicida. Assim é preciso utilizar dosagens cada vez maiores. E com o tempo o produto não mais surte efeito. Além disso, uma grande porção do produto persiste no solo por meses. Isso significa que ele pode prejudicar outras plantas, além de viajar para raízes de plantas que não foram pulverizadas.
O mundo se banhou com glifosato por décadas. E agora cerca de 80% da população mundial possui tal produto em sua corrente sanguínea. Um veneno que mata plantas não pode ser considerado seguro. Portanto ele causa doenças também em animais. Todos os estudos nesse sentido com pesquisadores sérios e independentes são abafados. O que sobra é a mídia e cientistas comprados pela indústria, afirmando que não existe problema com ele. Mas, veja o rótulo com a caveirinha. É brincadeira?
Recentemente o glifosato foi ligado com uma classe de câncer chamada linfoma não-Hondgkin. Essa ligação vem sendo debatida desde 2015 e continua sendo testada por cientistas. Uma revisão de 2019 publicada por pesquisadores independentes examinou dados de vários estudos sobre os potencias efeitos cancerígenos do produto químico e descobriu que trabalhadores expostos às maiores quantidades desse produto tinham um risco 41% maior de desenvolver esse câncer.
Mas e a colza? Suas plantações também estavam sendo invadidas por ervas daninhas. Para viabilizar o uso de herbicidas em suas culturas sem matar a colza, a Monsanto criou sementes geneticamente modificadas (GMO) que deram vida a uma colza resistente ao glifosato. Ao pulverizar as plantas, o matinho morre (morria) e a colza nada sofre. Mas espere: ela está encharcada de veneno que vai se espalhar por toda a planta, inclusive em suas sementes, que fornecerão um óleo contaminado com glifosato em doses altas. O “saudável” óleo canola, além de conter ácido erúcico e hexano, dá de brinde o glifosato.
Ao testar sementes de colza para criar uma variedade resistente ao glifosato, a Monsanto também criou duas variedades de sementes de uma colza extremamente tóxicas. Essas cepas foram destinadas a destruição, mas, sem ninguém saber como ou quem foi, elas foram vendidas e semeadas por agricultores americanos. A própria Monsanto, em abril de 1997, divulgou isso, quando fez o recall para tais sementes. O recall envolveu 60.000 sacos contendo dois tipos de sementes de colza, o que era suficiente para plantar mais de 280 ha de terra. As implicações deste erro são graves. O povão somente vai se preocupar com isso quando as manipulações genéticas se perderem — e enlouquecerem nos campos, afetando a alimentação de todos.
Os campos plantados com a colza GMO forneceram o seu pólen que contaminou outras lavouras, se hibridizando com a colza natural. Resultado: hoje esta quase desapareceu. O que existe é a colza GMO e as duas variedades venenosas que escaparam das plantações originais. Vários fazendeiros no Texas que plantam colza relatam que na colheita verificam que existiam três variedades na plantação.
Conclusão
Chegamos a 2020 comprovando quatro verdades capitais: a primeira é que uma mentira repetida mil vezes passa a ser verdade. Principalmente se utilizar a TV e mídia visual. De tanto martelar a cabeça das pessoas, o mundo desavisado acredita piamente que existe uma planta chamada canola e que o “óleo de canola é o mais saudável”. Acredita ainda que gorduras monossaturadas são prejudiciais à saúde.
Quando não dá para escapar, como no caso da Espanha, eles inventam algo para tirar a atenção da colza. No caso, ninguém fala nela, mas sim em “síndrome do óleo tóxico TOS”. E a imprestável e facciosa Organização Mundial da Saúde, bate e rebate na tecla de que essa tragédia foi causada por tomates tratados com pesticidas. A mensagem é: “esqueçam a colza, pois precisamos vender o óleo”.
E a mídia mundial repercute sem cessar avisando que “tudo que se fala contra o canola é lenda urbana, teoria da conspiração, fake news”. Por exemplo, em um artigo no Washington Post, Robert L. Wolke declarou que os editores desses relatórios estão espalhando “lendas urbanas histéricas sobre doenças bizarras”. E a indústria avisa: “não usamos mais o hexano e a extração agora e feita a frio”. Acredita quem quiser. Um rolo compressor difícil de parar. Ponto final.
A segunda verdade é a máxima criada por LR Hubbard, o fundador da cientologia: “A verdade é aquilo em que cada um acredita.” Ou seja, se você acredita em lobisomens eles existem. Para você. E essa crença interfere em sua vida. E se você for imbecil, vai interferir na vida de terceiros.
Como corolário pode-se citar Einstein: “Aquilo que o homem ignora não existe para ele. Portanto o universo de cada um se resume ao tamanho de seu conhecimento.”
A terceira verdade é que as indústrias (alimentícia, farmacêutica, etc) têm como objetivo principal o lucro. O fator humano tem pouquíssima importância. Ou seja, morrer ou adoecer faz parte do andamento da natureza. Se algo ajuda nisso, ninguém se preocupa.
A quarta verdade é aquela que declara que os imbecis vão dominar o mundo. Já dominaram.
Para refletir:
Os problemas do mundo existem por se utilizar VOTAÇÃO para escolher legisladores e governantes. Somente são escolhidos imbecis, insipientes e bandidos. Sabendo-se a causa pode-se encontrar a cura.
É isso!
LINKS:
https://www.westonaprice.org/health-topics/know-your-fats/the-skinny-on-fats/
https://www.westonaprice.org/health-topics/know-your-fats/the-great-con-ola/
http://www.westonaprice.org/health-topics/saturated-fats-and-the-lungs/
https://www.westonaprice.org/health-topics/know-your-fats/good-fats-bad-fats-separating-fact-from-fiction/
http://www.eatingdisorderpro.com/2012/03/02/omega-fatty-acids-explained/
https://www.westonaprice.org/health-topics/know-your-fats/cholesterol-friend-or-foe/
https://www.westonaprice.org/oiling-of-america-in-new-york/
http://www.westonaprice.org/health-topics/abcs-of-nutrition/folic-acid-glyphosate/
https://www.sdadefend.com/MINDEX-C/Canola.pdf
https://www.westonaprice.org/health-topics/know-your-fats/why-butter-is-better/
http://www.sdadefend.com/MINDEX-C/Canola.pdf
http://www.sdadefend.com/MINDEX-D/Dennis-Canola1008.pdf
http://www.sdadefend.com/MINDEX-D/Oil-Health.pdf
https://www.academia.edu/4541024/50_HARMFUL_EFFECTS_OF_GENETICALLY_MODIFIED_GM_FOODS
https://www.comprerural.com/o-que-e-glifosato-saiba-mais-sobre-esse-herbicida/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3551118/
https://www.accessdata.fda.gov/scripts/cdrh/cfdocs/cfcfr/CFRSearch.cfm?fr=184.1555